O império contra-ataca

Uma série de medidas que estão sendo adotadas pelos governos europeus afetará cada vez mais a atuação das grandes plataformas digitais como o Google e Facebook. A regulação destes negócios, que poderão ser considerados grupos de mídia, poderá ser o início de uma nova era e a redenção do jornalismo profissional. Esta é a principal constatação de Rosental Alves, diretor do Centro Knight para Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, em seu discurso de abertura do Segundo Encontro Folha de Jornalismo.

Rosental citou uma pesquisa realizada pelo Centro Knight, nos Estados Unidos, sobre a credibilidade da imprensa: para 79% dos americanos uma notícia verdadeira que deixe mal um político é sempre (ou às vezes) fake news. “Que democracia é esta, que mundo é este em que o jornalismo luta para sobreviver e a sociedade não acredita que uma notícia verdadeira seja verdadeira?” O diretor do Centro Knight encerrou seu discurso dizendo que é necessário encontrar soluções para a sustentabilidade do jornalismo, pois nenhum robô ou algoritmo irá fazê-lo.

As manifestações de executivos e acadêmicos respeitados da área de mídia no mundo só tem aumentado. Recentemente, foi a vez de Rupert Murdoch, fundador da News Corporation e detentor de títulos como The Times, The Daily Telegraph, Herald Sun e The New York Post. Murdoch sempre se referiu às grandes plataformas digitais como “parasitas” da informação pelo fato de não produzirem uma vírgula de conteúdo e auferir ganhos comerciais distribuindo conteúdos de terceiros. Para ele é o momento das plataformas digitais passarem a remunerar os grupos de mídia tradicionais que produzem conteúdos e jornalismo de qualidade.

Fonte: Folha de S. Paulo

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